Pré-requisitos

“ o mundo já está repleto de obras que tratam de noções comuns. ... Não pretendo reunir nenhuma dessas noções , senão em que for necessário para conhecer os segredos da ciência, isto é , somente na medida em que não se puderem conhecer as coisas maiores sem as menores.”

Trabalho em grupo

Sondagem “.. porque o efeito não se pode conhecer sem conhecer antes suas causas.”
Universalidade “... um conhece um certo segredo, outro conhece outro, de tal forma que o saber , em seu conjunto, resulta da congregação de todos estes sábios”
Acessibilidade “.. são de grande utilidade à Igreja, à cristandade, grande massa de estudantes , mestres.”

Paixão pelo saber

Não existe atividade mais digna do que a paixão pelo saber, através do qual desaparecem todas as trevas da ignorância , e a mente do homem é iluminada , a fim de ESCOLHER o que é bom e detestar todo o mal.
O bem da humanidade inteira depende da dedicação ao saber, enquanto a aversão a ele implica em grande dano para o mundo todo.

Acesso ao saber

Alegro-me em aprender para poder ensinar (...) Não se possui um bem que é agradável , se não for compartilhado com outros. Sêneca
Não existe bem que não se torne mais esplendoroso quando confirmado pelo conhecimento de muitos.

Obstáculos na construção do saber
Censura
Falta de recursos
Escassez de colaboradores ( ninguém consegue agir sozinho em grandes empreendimentos)
Falta de motivação




Aquisição do saber
Planejamento
“... reuni material, escrevi partes novas, me esforcei.”
“não é admirável dizer pouco com muitas palavras, mas sim saber resumir muitas coisas.”

A construção do saber

A CONSTRUÇÃO DO SABER de acordo com Roger Bacon
Carta enviada ao Papa Clemente IV (documento que relata o resumo projeto de Bacon para fazer uma grande enciclopédia do “saber”).

Como construir o saber?
A repetição monótona provoca saciedade e cansa o espírito (Plínio)
" Nada é agradável se não for temperado com a variedade."

A utilidade do saber
"O conhecimento abre o caminho a todo ato reto da vontade a conduz à salvação."
"Não conseguimos realizar o BEM nem evitar o MAL , se não o CONHECEMOS."
" Nenhum perigo é comparável ao da ignorância."

"Aquele que conhece a verdade , mesmo quando negligencia o que devia fazer, possui meios para voltar a ouvir a consciência e se arrepender dos atos ruins e evitá-los no futuro."

"Não existe atividade mais digna do que a paixão pelo saber, através do qual desaparecem todas as trevas da ignorância , e a mente do homem é iluminada , a fim de ESCOLHER o que é bom e detestar todo o mal."
" O bem da humanidade inteira depende da dedicação ao saber, enquanto a aversão a ele implica em grande dano para o mundo todo."

Refinamento do saber

Percebemos que houve um “refinamento” do saber ao longo desse tempo: Ex. Sêneca - Plínio – Cícero – Sócrates – Platão – Aristóteles . A frase abaixo ilustra esse “refinamento”...

“... um conhece um certo segredo, outro conhece outro, de tal forma que o saber , em seu conjunto, resulta da congregação de todos estes sábios”

Aberto à opinião alheia, algumas das particularidades adiantadas por Rogério Bacon, talvez as houvesse tomado ele a outros mestres, inclusive árabes, e que já neste tempo se dedicavam à observação.
Mas ninguém como Rogério Bacon melhor codificou as projeções futuras...
Bacon também é fiel à visão franciscana da vida.

O franciscanismo ama as criaturas não só pelo que significam mas também por aquilo que são e valem , como obra do Sumo Bem.

Doutor Admirável

Mas Bacon foi uma mente admirável porque apontou casos particulares de registros cientificos inimagináveis para a época:
· Levantou a possibilidade de uma gramática geral para as línguas européias.
· A seu modo prevê os navios a vapor, as estradas de ferro, os balões, os escafandros, o telescópio, o microscópio, os efeitos da pólvora.
· Fez construir instrumentos óticos.
Dizia :
...Igualmente podem fazer-se máquinas voadoras, de modo que um homem, sentado no centro do aparelho, possa fazer girar certo instrumento, pelo qual as asas artificialmente construídas, batem o ar, como as de uma ave em vôo .

Olha só !!! isso tudo é muito “ Leonardo Da Vinci” (1425 ) e aí?
Não sabemos . O que sabemos é que Bacon foi anterior...(1210 )

Papa Clemente IV

Outra peça chave do contexto foi o ... PAPA CLEMENTE IV –
Ele apreciava a cultura e o estudo. Foi soldado , advogado e nesse oficio foi secretario de Luis IX da França( São Luis). Dizem que , por influência de Luis IX foi nomeado Papa.
Quanto ao assunto especifico do nosso estudo, a carta ao Papa Clemente, foi escrita a pedido do próprio papa e Bacon entendia que somente ele tinha autoridade para levar a efeito seu plano de reforma de uma época considerada decrépita por Bacon e inaugurar uma nova era. Mas o Papa sabia da censura sofrida por Bacon relação a publicação de suas idéias tanto que Clemente pede a Bacon que escreva em segredo.
Bacon escreve o projeto de uma grande enciclopédia do saber e envia ao Papa juntamente com uma carta sintetizando todo esse projeto.
Clemente morre em 1668 e Bacon perde seu maior patrocinador. O projeto ficou sem efeito. Encontramos registros que a obra de Bacon só foi realmente resgatada em 1778...

Acesso a informação

O ACESSO A INFORMAÇÃO ERA RESTRITO
As universidades recém-organizadas, bem cedo, contra a vontade dos leigos e por desejo dos papas, entraram e tiveram preponderância professores pertencentes as duas ordens religiosas: os Dominicanos , e os Franciscanos. A característica nova e comum destas duas ordens religiosas foi a pobreza individual e coletiva.

Na Europa, no contexto de Bacon, havia dois centros de referência:
· Universidade de Paris: a mais ilustre universidade da Idade Média, desenvolveu especialmente a filosofia e a teologia, – concentrava os pilares do franciscanismo –São Boaventura . Os franciscanos, propuseram-se como finalidade principal a caridade ativa e tiveram uma enorme influência sobre o povo, inspirando-se na mentalidade agostiniana.
· Universidade de Oxford – centro dos dominicanos e de Tomás de Aquino - dedicou-se especialmente às ciências naturais,
Os dominicanos dedicaram-se mais ao estudo, à ciência, inspirando-se no pensamento aristotélico ( que chegou na Europa com os árabes que trouxeram os clássicos traduzidos, principalmente Aristóteles), exercendo maior influência entre as classes sociais elevadas;

Bacon foi influenciado por esse dois centros quando, por ex., diz que a EXPERIÊNCIA não deve ser somente externa, ligada ao mundo corpóreo, mas também interna, a partir de uma iluminação promovida por Deus (Tem aqui muito de Tomás de aquino na 1ª parte e de Santo agostinho na 2ª )
Bacon sempre foi um critico muito agressivo das idéias da época. Várias vezes foi punido e até encarcerado.

O inicio

"Conheci " Roger Bacon a partir de um trabalho proposto por minha escola - interpretar uma Carta escrita por ele para o Papa Clemente IV.

Este é um trabalho que desenvolvemos em cima de pesquisa histórica e interpretações que o grupo obteve com o objetivo de tentar resolver questões que nos foram solicitadas.

Gostaría de enfatizar que esse registro nada mais é do que um exercício de raciocínio e interpretação do nosso grupo de estudo ( Reinaldo, Michelle, Idala, Ana, Joyce, Sérgio, Helenise)

Nem todas as respostas poderão ter aceitação ou serem completas, corretas porém, representa o nosso pensamento. Essa é a nossa contribuição.

ROGER (Rogério ) BACON – contexto histórico

Bacon viveu na Idade Média, época em que o mundo, especialmente a Europa, vivia sob uma visão “Teocentrista”, ou seja, tudo era explicado a “luz de Deus”.
A igreja, mais que a religião em si, governava o mundo medieval.
Nesse período, as pessoas viviam em condições precárias de vida, de higiene ocasionando inúmeras doenças, epidemias, pestes, pragas agravadas por um excedente populacional muito grande.
Em função da descoberta de novos instrumentos agrícolas (CHARRUA - maquina de revolver a terra puxada por bois ou cavalos... o homem começa a derrubar florestas e transforma-las em áreas de plantio. Esse processo desencadeou um desequilíbrio ecológico, fazendo com que animais como os lobos, por ex. procurassem alimentos atacando homens, mulheres e crianças preferencialmente a noite que também transformou-se motivo de temor. Aliado a esses fatores , tínhamos a figura do DEMÔNIO , do diabo, a quem se atribuía o caos da época, como um prenuncio do final dos tempos.
Enfim, era uma época de GRANDES MEDOS:

peste, lobos, morte, diabo...

Quem foi esse cara...

Franciscano, químico, físico, matemático, filósofo, teólogo e astrólogo inglês, um dos mais talentosos pensadores britânicos, pioneiro da busca do conhecimento pela prática experimental e conhecido como o Doctor Mirabilis (Admirável doutor). Descendente de família rica, estudou em Oxford, onde foi discípulo de Robert Grosseteste, um dos gênios da época, e foi para Paris, onde se tornou mestre em teologia, ingressou na ordem franciscana, com cujas autoridades teria constantes problemas ao longo da vida. Assumindo um papel crítico e opositor de algumas afirmações da filosofia aristoteliana, defendendo o papel prioritário da investigação científica, aceitando o método aristotélico indutivo-dedutivo e insistindo em que seu êxito dependia do conhecimento exato e extenso dos fatos, tornou-se alvo de perseguições e de condenações.
Comentou, na Universidade de Paris, o tratado pseudo-aristotélico De plantis (Sobre as árvores), e escreveu brilhantes observações sobre a física e a metafísica de Aristóteles, enquanto se aprofundava nos autores árabes que reintroduziram na Europa os pensadores gregos. Escreveu uma gramática do grego e começou outra do hebraico. Provou ainda que vários textos da Bíblia estavam adulterados e muitas traduções de Aristóteles erradas (1251). Voltou para Oxford (1252) sob as bênçãos do núncio apostólico na Inglaterra, seu amigo e que o apoiou. Após ter ensinado algum tempo na Universidade de Oxford, foi obrigado a deixar sua cátedra, após a morte de seu protetor.
Acusado de bruxaria, o ministro geral dos franciscanos, são Boaventura, o colocou sob vigilância em Paris e proibiu a publicação circulação de seus seus textos científicos, foi condenado pela ordem franciscana a permanecer em cárcere, onde ficou por catorze anos e morreu em Oxford. Seu trabalho foi baseado nas observações e acreditava que a ciência poderia resolver todos os problemas do homem. Suas principais obras foram: Opus majus (1257), a única totalmente completa, Opus minus e Opus tertium, que completas deveriam constituir a verdadeira enciclopédia do saber. É considerado uma das figuras mais significativas da escolástica tardia e um precursor do empirismo moderno, além da principal personalidade da Alquimia no seu século.
Crítico agressivo das maiores autoridades de sua época, foi um temperamento genial e original, enciclopédico e místico, cientista e supersticioso. A audácia e a novidade da pesquisa científica valeram-lhe o cognome de Doctor Mirabilis. Pesquisou princípios de mecânica dos fluidos, aprofundou-se em matemática, línguas e notadamente ciências naturais. Propôs a reforma do calendário, fez experiências de óptica e de propagação da força, anteviu as propriedades das lentes convexas, que poderiam se transformar em telescópio ou microscópio, as conseqüências práticas do uso da pólvora, os navios de propulsão mecânica e a possibilidade de vôo de engenhos mais pesados que o ar. Tratou ainda dos problemas de uma viagem de circunavegação.
Fonte: http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/